MBBR: As “Rodinhas de Macarrão” que se Tornaram o Coração da Nossa ETE

Depois de conhecer tantas tecnologias, finalmente chegamos àquela que se encaixava perfeitamente no que precisávamos. Era o MBBR (Reator de Leito Móvel com Biofilme). E o segredo do sucesso dessa tecnologia estava numas pecinhas de plástico que, à primeira vista, pareciam um brinquedo de criança.
A “Casa” das Bactérias
O erro inicial é olhar para as mídias plásticas do MBBR e não entender nada. Lembro do vendedor colocando um punhado delas na minha mão. Pareciam pequenas rodas de macarrão, ou anéis de plástico. “É aqui que a mágica acontece”, ele disse. O desafio era entender o conceito de “biofilme”. Ele explicou que aquelas pecinhas, chamadas de “mídias”, ficam soltas no tanque, em constante movimento. E na superfície delas, por dentro e por fora, se forma uma camada de bactérias, o tal biofilme. Elas criam suas “casas” ali. O resultado? Uma concentração de bactérias trabalhadoras muito maior, num espaço muito menor.
Mais Eficiência em Menos Espaço
A dica é: se você precisa de eficiência e tem pouco espaço, o MBBR é uma solução genial. Foi essa tecnologia que permitiu que nossa ETE fosse tão compacta. Ver o tanque em operação é fascinante. As pequenas mídias plásticas dançam na água, impulsionadas pelas bolhas de aeração. Não é um lodo solto na água, é uma colônia organizada, com endereço fixo. Pegar uma daquelas pecinhas na mão, já coberta por um biofilme fino e acastanhado, foi um momento “eureka”. Eu estava segurando uma metrópole de microrganismos. Era a simplicidade de uma ideia genial garantindo a limpeza da nossa água.